segunda-feira, 8 de junho de 2009

Kitsch

O estilo já foi considerado cafona, mas hoje pode ser sinônimo de estilo pessoal, com um toque de “cult”. Há até quem ouse dizer que esse estilo é na verdade o lado irreverente de cada um.
Brega, exagerado, colorido demais, imitação inferior, fabricação em série, ou, conforme definiu a arquiteta Márcia Fidélis, “um objeto de valor distorcido”. Tudo isso faz parte de um universo muito complexo e surpreendente chamado Kitsch. Pingüins de geladeira, imãs, jarras em forma de abacaxi, e todos aqueles utensílios carregados de cores vibrantes, mas que você olha e se apaixona, são kitschies.



O kitsch é a artificialização dentro de um processo da industrialização (desde séc XVIII), colorido, divertido, alegórico, consumir passa a ser a alegria da massa, e os objetos passam a ser descartaveis, de adorno.


é um estilo marcado pela ausência de estilo, a uma função de conforto acrescentada as funções tradicionais, ao supérfluo do progresso. Esta ligada a arte de maneira indissociável, assim como o falso liga-se ao autêntico.
é uma mercadoria ordinária, a reprodutibilidade/copia de produtos “vagabundos”. O kitsch não possui uma época, mas seu termo surgiu em 1960.
Na moda, o kitsch pode ser reconhecido facilmente numa coleção. Roupas exageradas, muito enfeitadas ou de enorme variedade na cartela de cores. O kitsch anda na moda com os tecidos alegres e estampados. (ex: Ronaldo Fraga – coleção: eu amo coração de galinha)








Baseia-se em uma civilização consumidora que produz para consumir e cria para produzir, em um ciclo cultural onde a noção fundamental é a de aceleração. Digamos que o homem consumidor está ligado aos elementos materiais de seu ambiente e que o valor de todas as coisas altera-se em virtude desta sujeição.
Mas, se o kitsch nos remete a tudo isso, não há como negligenciarmos a riqueza de referências visuais, simbólicas, afetivas, sensoriais que lhe é inerente. Sob essa perspectiva o kitsch pode assumir outra conotação com o processo de democratização da moda e da ausência de tendências rígidas. O “vale tudo” na moda atual pode sinalizar uma dificuldade em se definir parâmetros para se avaliar o que é vanguarda ou kitsch.

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