domingo, 21 de junho de 2009

Concretismo

Concretismo foi um movimento vanguardista surgido em 1950, inicialmente na música e depois na poesia e nas artes plásticas.
Defendia a racionalidade e rejeitava o Expressionismo, o acaso, a abstração lírica e aleatória. Nas obras surgidas no movimento, não há intimismo nem preocupação com o tema, seu intuito era acabar com a distinção entre forma e conteúdo e criar uma nova linguagem.



Durante a década de 1960, poetas e músicos do movimento passaram a se envolver em temas sociais, geralmente sem influência na obra, sendo somente uma ligação pessoal. As obras passaram a ser mais preocupadas com a inovação da linguagem. A poesia concreta tem em Vladimir Mayakovsky um grande expoente. O poeta russo afirmava que não há arte revolucionária sem forma revolucionária.
Para os concretistas a arte é autônoma e a sua forma remete às da realidade, logo, as poesias, por exemplo, estão cada vez mais próximas das formas arquitetônicas ou esculturais. As artes visuais não figurativas começam a ser mais evidentes, a fim de mostrar que no mundo há uma realidade palpável, a qual pode ser observada de diferentes ângulos.



Por volta de 1950, a concepção plástica da arte chega ao Brasil através do suíço Max Bill: artista, arquiteto, designer gráfico e de interiores. Bill é o responsável por popularizar as concepções da linguagem plástica no Brasil com a Exposição Nacional de Arte Concreta, em 1956.

As características gerais do concretismo na literatura são: o banimento do verso, o aproveitamento do espaço do papel, a valorização do conteúdo sonoro e visual, possibilidade de diversas leituras através de diferentes ângulos.
Concretismo na Moda
Dominar cores e formas parece ter sido a grande preocupação de Alfredo Volpi. Desde o início de sua carreira artística, na década de 20, este artista se dedicou a descobrir matizes e imagens, imortalizando-as com suas pinceladas.

Influenciado pela pintura de parede, os primeiros trabalhos de Volpi tinham um estilo decorativo. Ao passar para o cavalete, a luz e os contrastes das paisagens circunvizinhas da cidade de São Paulo fizeram com que ele reelaborasse sua produção, criando combinações inéditas de cores, amadurecendo na busca de sua expressão artística.



Nas décadas de 50 e 60, o trabalho desse artista torna-se muito significativo. Nessa época ele passa a produzir obras concretas, abrindo seu caminho para o abstracionismo geométrico.

Nesse mesmo período, final da década de 50, com a publicação de Plano Piloto da Poesia Concreta, no nº 4 da revista-livro Noigrandes, de autoria de Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos, é criado o movimento concretista na capital de São Paulo, cuja repercussão se estende, além da poesia - representada por Pignatari e os irmãos Campos -, para as artes plásticas, em que se destacam Waldemar Cordeiro, Hermelindo Fiamminghi, Judith Lauand, Luís Sacilotto, Maurício Nogueira Lima, Lothar Charoux e Kazmer Fejer, e para o design, no qual podemos lembrar Alexandre Wollner.

As exposições dos concretistas são realizadas na cidade de São Paulo, nos anos de 1956 e 1959, e na cidade do Rio de Janeiro, em 1957.

Das Telas para as Ruas
Na década de 60, a moda se apodera da geometria. Era a época da chegada do homem à Lua, da guerra do Vietnã, dos Beatles. A minissaia, criada por Mary Quant, as formas geométricas e as estampas multicores ditavam moda nos grandes centros urbanos.
Estilistas, como os franceses Courrèges, Pierre Cardin e Paco Rabanne, e o italiano Emilio Pucci, inovam usando e abusando de linhas e recortes arquiteturais, do xadrez, das listras, dos tons fortes - mas também do preto e branco -- em materiais inusitados como o plástico, o couro e os tecidos metalizados, resultando em um vestuário com toque espacial, futurista.





Na moda da década de 60, as formas e as cores serviam apenas como imagens figurativas para complementar o suporte, ou seja o vestido, visto que o significado era bem mais restrito e bem menos complexo. Certamente foi um período em que a beleza dos contrastes das cores, as linhas geométricas e as imagens, chamadas "psicodélicas", encantaram e vestiram jovens do mundo inteiro.

Já na arte concreta de Volpi, as formas e cores se transformam em estruturas significativas bem mais complexas.

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