segunda-feira, 22 de junho de 2009

Tribos Urbanas: Góticos

O Gótico não se resume em tristeza, em palavras sombrias e em desejos de morte. Não é pálido e vago como muitos o fazem parecer. Geralmente, as pessoas têm uma idéia muito errada do que é ser Gótico. Gótico não se resume em lamuria, em perambular pelas ruas vestido de cadáver ou em adorar a penumbra e o abandono.
O termo Gótico foi usado como adjetivo ou classificação de diferentes manifestações artísticas, estéticas e comportamentais a longo da história.
GÓTICO foi usado pela primeira vez para se referir à arquitetura da Igreja Católica na Idade Média, também conhecida como "Idade das Trevas“. O termo é usado como sinônimo de medieval, sombrio, macabro e por vezes, sobrenatural. As expressões Gothic Novel e Gothic Literature são utilizadas para se referir este sub-gênero romântico, que trazia enredos sobrenaturais ambientados em cenários sombrios como castelos em ruínas e cemitérios.



No final da década de 70 surgiu a sub-cultura gótica. Ela é derivada do movimento pós-punk e foi influenciada por várias correntes artísticas, como o Expressionismo, o Decadentismo, a Cultura de Cabaré e Beatnick.
No Brasil eram conhecidos como DARKS. Essa subcultura gótica tornou-se entao um estilo de vida, associado aos gostos musicais dos anos 80 - gothic rock, death rock, trip hop, synthpop indie, etc. - até o presente, o visual é feito com maquilhagem - bem marcante no rosto - e penteados alternativos como cabelos coloridos, desfiados e/ou desarrumados, e um conhecimento filosófico.
Os temas musicais glamorizam a decadência e o lado sombrio. A estética sombria traduz-se em vários estilos de vestuário, como o death rock, punk, andrógino, renascentista e vitoriano, ou combinações baseadas no negro, com adição de acessórios baseadas em filmes futuristas no caso dos cyber goths.
Os temas musicais glamorizam a decadência e o lado sombrio. A estética sombria traduz-se em vários estilos de vestuário, como o death rock, punk, andrógino, renascentista e vitoriano, ou combinações baseadas no negro, com adição de acessórios baseadas em filmes futuristas no caso dos cyber goths.



A cultura beat dos anos 40/50 tem extrema importância nessas raízes pois eram pessoas que gostavam de cabaré, ou seja, ambientes boêmios, onde conversavam, bebiam, fumavam, apreciavam saraus e ouviam boa música como o jazz e o rock. Tudo em excesso. Por esse motivo os óculos escuros foram adotados ao estereótipo Beat, junto com as roupas, em sua maioria, escuras e boina preta, por causa da fumaça.
Nos últimos tempos, essa manifestação urbana se destacou na sociedade através da grande quantidade de informações transmitidas pelos canais midiáticos, principalmente pela Internet. Porém, criou-se mitos e confusões que envolvem os góticos e os obscuros.

Referências:

LITERATURA: É a mais utilizada pelos góticos. Em forma de poesia os sentimentos mais profundos da alma. Nela também encontramos uma definição estética e ideológica sobre os vários aspectos que compõem essa cultura. O Romantismo é a principal referência. Autores como Ann Radcliffe, Allan Poe, Lord Byron, Lovecraft, Baudelaire e Álvares de Azevedo são os mais consumidos.

RELIGIÃO: Não existe apologia à nenhuma crença ou religião. Porém, existe a certeza de que a sociedade caminha em busca do conhecimento e da elevação espiritual através da fé e dos questionamentos da alma humana.

TV E CINEMA: O cinema e a TV deram um bom espaço para "goth culture" através de filmes e séries. Os principais são: - os filmes Nosferatu, “Edward, mãos de tesoura”, “Garotos Perdidos”, “Entrevista com o Vampiro”, “Familia Addams”e as produções de Tim Burton, como “A Noiva Cadáver” e “Nightmare before Christmas”, cuja estética dita moda no cenário gótico pelo figurino.



Música:

É o principal veículo de divulgação. No geral é através dela que ocorre a ientificação com a própria personalidade. As bandas que emergiram no pós-punk - início da década de 80 - são classificadas de góticas e são apreciadas pelos integrantes dessa cultura. Enquanto a maioria das bandas punk focava um estilo agressivo, as primeiras bandas góticas eram mais pessoais e introvertidas.

Gothic Rock: É composto por guitarras, baixo e bateria.e os vocais são graves. O termo foi usada pela primeira vez no final da década de 70 para classificar bandas como Bauhaus, Joy Division e Siouxsie and The Banshees.

Industrial: Surgiu na década de 70 e a base recorre ao experimentalismo eletrônico. Inicialmente, não existia uma preocupação com características como melodia e harmonia. Ao longo dos anos as músicas adquiriram uma sonoridade mais dançante e os estilos foram subdivididos em Industrial-Rock, Industrial-Metal e CrossOver. Marilyn Manson, Cabaret Voltaire e Front 242 são os maiores nomes dessa categoria.

Ethereal: Um dos estilos também classificado como Darkwave. No Ethereal a melodia é lenta e suave. Tem influências da música folclórica européia e de diversas outras culturas, tem também música erudita e experimentalismo eletrônico. É muito comum que as músicas soem melancólicas e introspectivas. As bandas são Cocteau Twins, Dead Can Dance e Lycia.

Dark Ambient: O instrumental é delicado, com simulacões eletrônicas de violinos, sinos e vários efeitos. É influenciada por música folclórica e os vocais, geralmente, são baseados no canto lírico. As músicas parecem melancólicas como no Ethereal. Os maiores nomes são Dargaard, Elend e Autumn Tears.

New Age: Esse estilotêm influência da música orientale se subdivide em vários segmentos que inflenciados pela música erudita e folclórica européia. A sonoridade é suave e orquestrada e os vocais são muitas vezes feito por corais, ou pelo canto líricp. Os principais nomes são Era, Enigma e Enya.

Metal: Existem várias subdivisões do metal e muitas características em comum, sendo a mais presente a utilização de elementos da música clássica – violino, piano e flauta. A partir dai surgem combinações com as características mais comuns do Metal - guitarras graves, vocais gritados e variação rítmica. As referências são Epica, Tristania e Theatre of Tragedy.



Moda:

A moda gótica é praticamente baseada na cor preta, porém não é uma cor obrigatória. Acredita-se que a escolha dessa cor deve-se ao fato dos mesmos transmitirem sempre sentimentos de tristeza e melancolia.
Outra característica da estética gótica é o uso excessivo de maquiagem. Os olhos são bem marcadados e a boca ganha destaque com batons de cores escuros, muitas vezes também pretos.



Para os cabelos não existe regra. Um estilo muito utilizado nos homens é o cabelo comprido e as mulheres o pintarem de vermelho intenso.
Os acessórios são crucifixos, cintos metálicos, coturnos, entre outros nas cores pretos ou vermelhos basicamente.



É comum também ver entre os góticos roupas de personagens de suas inspirações ou adorações, como vampiros, anjos e também outros que ditam tendência como o caso dos personagens de Tim Burton e seu figurino.
Percebe-se assim que os góticos tem uma estética chocante, que atrai a atenção por onde passam, além de exprimir seus sentimentos.



O estilo sombrio na moda novamente...

Visual sombrio, com muito preto, maquiagem carregada e pele pálida. Essa série de características são facilmente relacionadas com o estilo gótico, que há tempos influencia a moda com sua estética soturna e misteriosa. Para fazer uma retrospectiva e prestar uma homenagem, o importante museu do Fashion Institute of Technology (FIT), de Nova York, inaugurou nessa semana a exposição 'Gothic: Dark Glamour'. Ao que tudo indica, o visual fará sucesso nos próximos meses.
A palavra gótico faz referência aos godos, uma tribo do leste da Alemanha que teve importante papel na queda do Império Romano do Ocidente. Durante o Renascimento, essa expressão ganhou um tom pejorativo, significando algo bárbaro e ultrapassado. Foi aí que a arquitetura da Idade Média começou a ser chamada de gótica, sendo considerada pouco refinada para os padrões do Renascimento. Já nos séculos XVIII e XIX, o termo foi usado para designar escritores como Edgar Allan Poe e Bram Stoker, que tratavam de temas macabros, como morte, monstros e vampiros.
O espírito gótico foi resgatado pelos jovens ingleses no final da década de setenta. Usando roupas pretas repletas de crucifixos e caveiras, com penteados desarrumados e maquiagem muito carregada, os seguidores desse movimento buscaram inspiração na morbidez e no romantismo, cultuando a tristeza e a melancolia. Bandas como The Cure, Siouxsie and the Banshees, Bauhaus e The Cult ajudaram a levar o estilo para o grande público, tornando-o muito popular durante os anos 80.




Desde então, a moda e os mais importantes estilistas vêm buscando no visual gótico inspiração para muitas de suas criações. Karl Lagerfeld, John Galliano, Jean Paul Gaultier, Christian Lacroix, Thierry Mugler e Yohji Yamamoto são só alguns dos grandes criadores que irão participar da exposição do FIT com roupas que buscaram referência no estilo gótico. E para provar que o look gótico vai estar com tudo na próxima estação, elementos obscuros e macabros apareceram nos últimos desfiles de inverno de renomadas grifes internacionais como Givenchy, Zac Posen, Rodarte e Vera Wang.
Adaptar o visual gótico para roupas do dia-a-dia não é complicado. Uma boa idéia é apostar no look preto total, combinado com acessórios prateados ou vermelhos. Rendas, corpetes e sobretudos também ajudam na hora de montar a produção. A maquiagem pode ser um pouco mais carregada, com pó ou base clara, lápis ou delineador preto e batom vermelho. Mas cuidado para não ficar com a expressão muito carregada. Uma boa dica é buscar inspiração nos filmes do cineasta americano Tim Burton, um dos mestres em reproduzir a estética gótica no cinema, como fez nos filmes 'Sweeney Todd' e 'Edward Mãos-de-Tesoura'. Mas cuidado para não se empolgar muito e sair de casa parecendo a protagonista de 'Noiva Cadáver'.




Resumo do tema:

Os adeptos dessa manifestação têm uma percepção artística diferenciada, o que lhes permite contemplar situações pouco comuns para as outras pessoas. É uma percepção natural da personalidade e é desenvolvida ao longo de sua vida.
Aproveitam a sessação de paz e tranquilidade dos cemitérios para ler, ouvir música ou apenas refletir sobre a própria existência. Ao contrário do que dizem, não frequentam cemitérios para roubar, destruir ou praticar rituais.
Possuem uma personalidade introspectiva. Não são depressivos, pessimistas ou agressivos.
Tristeza e melancolia não são vistos como sentimentos negativos, são estados de espírito dos quais são fontes de inspiração para muitos.
Valorizam a arte e a intelectualidade. Pesquisam sobre vários assuntos como História, Literatura, Cinema, Música, Sociologia etc.
Não existe uma religião específica a ser seguida. Geralmente, são interessados por temas ocultistas, mas podem ser Católicos, Evangélicos, Neopagãos etc. É falso o conceito de que todos são satanistas ou anticristãos.
Não há uma ideologia política específica. Aliás, é raro encontrar alguma citação política entre os adeptos.
Não existe rivalidade com nenhum outro grupo social.
Os integrantes dessa cultura são pessoas sociáveis e aceitam as individualidades de forma natural. Independentemente do que pensam sobre crenças, etnia, situação econômica ou orientação sexual.
São produtivos quanto qualquer outra pessoa.

Tribos Urbanas: Harajuco

O Japão é um país em que as pessoas tendem a se individualizar, buscando estilos diferentes e se agrupando em tribos de identidades próprias.
Neste contexto, surgiu um grupo de jovens vestidos de maneira inovadora e exagerada: as Harajucas. O termo Harajuco tem origem na área próxima a estação de trem Harajuco,em Tóquio. Essa região ficou famosa por suas butiques, brechós e cafés, além das próprias harajucas que se reúnem principalmente aos domingos, para conversarem, dançarem e se exibirem.



A mistura de roupas, cores e acessórios associados a influências diversas,criam várias divisões dentro da tribo Harajucas: Gothic Lolita,Visual Kei, Kawaii, Ganguro e Cosplay.
Gothic Lotitas ou GothLoli são jovens que se vestem a partir de influências das roupas usadas por mulheres e crianças da Era Vitoriana e suas bonecas de porcelana. Além disso, as lolitas japonesas se inspiram no estilo gótico, em filmes de terror, nos punks e em personagens de anime, variando entre um look dark ou mais delicado.



Visual Kei se refere a um movimento entre os roqueiros japoneses e é caracterizado pelo uso de roupas e cabelos elaborados, looks excêntricos e maquiagem pesada. A palavra “kei” na expressão Visual Kei significa estilo ou tipo, relacionando-se ao estilo musical adotado por eles: o Rock Gótico dos anos oitenta, o Punk, o Heavy Metal, ou até os três ao mesmo tempo. Além de reunir-se na Ponte Jingu Bashi, próxima a Estação Harajuco, os Visual Kei também se vestem em shows, encontros e outros eventos.



Kawaii são assim chamadas por sua aparência “fofa” e “bonitinha”. Vestem-se com roupas de criança, com laços, cores pasteis e acessórios de bichinhos ou personagens de anime.



Seguindo a mesma linha das Kawaii, as Decora são jovens que usam cores fortes, presilhas e laços no cabelo, sobreposições e acessórios coloridos como: bichos de pelúcia e plástico e bijuterias que fazem barulho quando se movimentam.



Cosplay é abreviação de Costume Play, e consiste no grupo que se veste como personagens de anime,mangá e vídeo-games. São freqüentemente vistos em eventos públicos, shows e festas dedicadas à tribo. No distrito de Akihabara, em Tóquio, existem vários cosplays cafés, nos quas até as garçonetes se fantasiam.



Ganguro surgiu no início da década de 1990, mas só se popularizou nos anos 2000. O estilo consiste em um bronzeado intenso, acompanhado de cabelos descoloridos em tons de cinza, prata e laranja, além de batom e sombra brancos. Shorts, minissaias, sarongs de tie- dyed, brincos, colares e braceletes são peças chave do seu vestuário.

Moda e Tecnologia

Cada vez mais a moda e a tecnologia se integram: são tecidos inteligentes que não amassam e se adaptam a diferentes circunstâncias, ou roupas que tocam música, detectam wi-fi e fazem coisas impensáveis. E alguns sites e aplicativos estão no ar para ajudar ainda mais as mulheres, sempre preocupadas em arrasar nas suas produções.




Temos como exemplo, Dress Registry, um site onde a mulherada pode registrar o modelito que vai utilizar em eventos, para evitar que outras moçoilas usem o mesmo vestido. Afinal, tem coisa pior que chegar em algum lugar e nos deparar com um par de vaso? Enfim, o serviço está sendo largamente utilizado pelas dondocas, esposas de políticos e celebridades, evitando assim o desfile de vestido grifados.
Além disso, existe um aplicativo para Iphone, que foi desenvolvido para as usuárias escolherem o que vestir sem precisar colocar todo o armário abaixo. O “Dress Up” lhe oferece dezenas (ou centenas, ou milhares, depende do tamanho do seu acervo) de combinações possíveis. Para tanto, basta fotografar as suas peças e deslizar o dedo sobre a tela do gadget para visualizar as opções de looks.
E em Koyang, ao norte de Seul, tecnologia e moda já se misturaram num desfile original: Ubiquitous Fashionable Computer Fashion Show, onde modelos percorreram a passarela para exibir, mais do que roupas, novidades da tecnologia que, como o nome da mostra indica, podem ser usadas (ou estão) em toda a parte.

Body Modification

É toda e qualquer modificação feita no corpo, sendo irreversível ou não, realizada por uma razão não-médica. Normalmente, é feita por motivos estéticos, culturais ou espirituais. A maioria das modificações é considerada uma arte, pois os adeptos da Body Modification acham que essas transformações os tornam mais bonitos e com um estilo próprio. Os profissionais que realizam a Body Modification são chamados de Body Moder.



Há vários de tipos de transformações corporais, entre elas se destacam sete:

1) Branding – é a aplicação de ferro quente na pele de pessoa com uma chapa de aço esquentada por um maçarico. Após a queima desta pele, forma-se uma cicatriz com o desenho desejado por quem faz a transformação.



2) Escarificação – Cortes de bisturis com o intuito de formar uma cicatriz de acordo com o desenho desejado pela pessoa.



3) Bifurcação da língua (Tong Split) – Cirurgia que divide a língua em duas partes.



4) Pocket – é como se fosse um piercing. No entanto, a diferença é que a haste fica para fora, e as pontas ficam dentro da pele. Podendo ser feito no braço, na nuca, no tórax e no umbigo, etc.



5) Implantes subcutâneos – é o implante de um objeto (de silicone, osso, de aço, etc.) sob a pele, formando um alto-relevo.



6) Surface – O objeto implantado é como se fosse uma "trave ao contrário", cujas pontas ficam para fora da pele e a haste fica dentro.



7) Implante transdermal – Implante de aço cirúrgico (pode ser implante de bolinhas também) entre a gordura da pele e o músculo, onde metade do objeto fica exposto e metade fica para dentro da pele.



Além disso existe a Suspensão (que é ficar suspenso a vários centímetros do chão através de ganchos de metal que perfuram a pele.), prática muito antiga e que era comum entre alguns hindus e tribos de índios do oeste americano, como um ritual de passagem que preparava os jovens para a vida adulta. Acreditava-se que a dor e a superação dos obstáculos faziam o ser humano ficar mais sábio, melhor e menos sujeito aos imprevistos.



Existem diversas maneiras de ser suspenso. A Suicide é feita na parte de cima das costas e o praticante fica na posição vertical, como se estivesse em pé. A Superman é feita em toda a extensão das costas, e o praticante fica na posição horizontal, como se estivesse voando igual ao Super-Homem. Já a O-kee-pa é feito com dois ganchos no peito e faz parte de um ritual dos índios Sioux da América do Norte.

Body Art

Body Art usa como suporte da arte, o corpo, uma idéia nova e original, pois o ser humano vira obra de arte. Com ela, vem a idéia da performance, uso do corpo como um "ato expressivo". Na maioria das vezes, o artista usa seu próprio corpo como meio; no fim da década de 60 - popular e controvertida, disseminou-se pelo mundo.



Culto ao corpo, à beleza. Na moda, as roupas "modificavam" a aprência do corpo (um exemplo seria o uso de ombreiras).
Surge num ambiente seticista muito rígido; de materialismo radical. É representado no minimalismo como forma e espaço, e na arte conceitual, a idéia passa a ser principal para se fazer arte.

Body Art x Moda

Questiona e apresenta uma variedade de interpretações do papel do artista e da própria arte como fuga da vida cotidiana - revelação de tabus - serve de meio como autodescoberta - narcisismo.
O corpo proporciona meios para explorar várias questões:
identidade - doença
gênero - morte
sexualidade- violência
As criações vão desde o exibicionismo sadomasoquista a celebrações comunitárias, do comentário social à comédia.
Nos anos 60/70: expressão perturbadora - Guerra do Vietnã e Watergate geram protestos servindo de espaço para várias manifestações Body Art.

Alguns Protagonistas: Bob Flanagan, Mona Haotoum, Bruce Nauman, Carolee Shneemannn

Os espectadores da Body Art vivenciam uma infinidade de papéis que vão do passivo ao "voyeur" (que sentem prazer vendo).

Influências: Dada; Yves Klein

Moda e Arte

Ações e movimentos da arte no séc XX fazem com que as pessoas repensem a vida por meio do vestuário, revendo o sistema da moda, criando sinergias entre moda e arte; empregando o vestuário como suporte de expressão artística: novas atitudes transformam o status da arte e moda, vestuário se torna uma espécie de carteira de identidade....

Graffiti

Graffite é o nome dado às inscrições feitas em paredes, desde o Império Romano. Inscrição caligrafada ou um desenho pintado/ gravado sobre um suporte que não é normalmente previsto para esta finalidade, porém com autorização do proprietário (diferente da pichação).



Por muito tempo visto como um assunto irrelevante ou mera contravenção, atualmente o graffite já é considerado como forma de expressão incluída no âmbito das artes visuais, mais especificamente, da street art ou arte urbana - em que o artista aproveita os espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir na cidade. Entretanto ainda há quem não concorde, equiparando o valor artístico do grafite ao da pichação, que é bem mais controverso.



No entanto, muitos grafiteiros respeitáveis, como Osgemeos, autores de importantes trabalhos em várias paredes do mundo - aí incluída a grande fachada da Tate Modern de Londres - admitem ter um passado de pichadores.
A partir do movimento contracultural de maio de 1968, quando os muros de Paris foram suporte para inscrições de caráter poético-político, a prática do grafite generalizou-se pelo mundo, em diferentes contextos, tipos e estilos, que vão do simples rabisco ou de tags repetidas ad nauseam (“vencer o adversário pelo cansaço”), como uma espécie de demarcação de território, até grandes murais executados em espaços especialmente designados para tal, ganhando status de verdadeiras obras de arte. Os grafites podem também estar associados a diferentes movimentos e tribos urbanas, como o hip-hop, e a variados graus de transgressão.
Dentre os grafiteiros, talvez o mais célebre seja Jean-Michel Basquiat, que, no final dos anos 1970, despertou a atenção da imprensa novaiorquina, sobretudo pelas mensagens poéticas que deixava nas paredes dos prédios abandonados de Manhattan. Posteriormente Basquiat ganhou o rótulo de neo-expressionista e foi reconhecido como um dos mais significativos artistas do final do século XX.

O grafitti é encorporado na moda com a utilização de estampas, além do estilo bem urbano nas roupas. Grifes como Maria Bonita, e a Ellus, que contratou grafiteiros para participarem da sua campanha de inverno “grafitedeluxe”. A grande sacada ficou por conta do processo de criação das peças publicitárias – no caso outdoors – que aconteceu ao vivo nas ruas, exatamente como o graffiti é feito.


domingo, 21 de junho de 2009

Tribos Urbanas: Punk

Há indícios de que o punk surgiu em 1973, mas é relatado que o estilo surgiu em 75, nos EUA - Nova York, com o surgimento de novas bandas no famoso CBGB (um club musical localizado no bairro de Manhattan, cujo nome completo é CBGB & OMFUG que significa: "Country, Bluegrass, and Blues and Other Music For Uplifting Gormandizers".)

No começo do club o público era realmente Country e Blues assim como as bandas que se apresentavam, mas 1965 abriu o Max's Kansas City em New York, o primeiro lugar de shows punks e onde Lou Reed e o Velvet Underground, New York Dolls e The Stooges do Iggy Pop se apresentavam. Então em 1973, Hilly Krystal, proprietário do CBGB, abriu o lugar para o público Punk Rock, recebendo shows do Television e mais tarde da Patti Smith



O lugar tornou-se muito conhecido como o berço do punk em 77 (auge). Assim o punk foi para Inglaterra, onde virou moda, como vestuário, e ideologia (que até então não era explícita), ligada à anarquia, liberdade, juventude, etc



A ideologia punk era “particularizada” em cada país. Pois variava, por fatores como crenças, religião, etc. Por se assemelhar em diversos aspectos com o anarquismo (posteriormente, a principio o movimento punk era apolítico), punks e anarquistas passaram a colaborar entre si e muitas vezes participando das ações.
Passaram então a existir muitos punks que também eram realmente anarquistas, e posteriormente surgiu o anarcopunk.



Como a maior parte dos movimentos populares, o movimento punk tem quase tantas nuances quanto o número de adeptos, mas em geral sustentam valores como anti-machismo, anti-homofobia, anti-fascismo, amor livre, antilideranças, liberdade individual, autodidatismo, iconoclastia, e cosmopolismo.



A moda é, junto à música, o aspecto cultural mais característico e evidente do punk. O termo moda, no entanto, não é bem aceito pela maioria dos punks e influenciados pela cultura punk pois é entendido estritamente como modismo, aceitação social, comércio e/ou mera aparência.



Costuma-se empregar o termo estilo, com o significado de "roupa como afirmação pessoal”.
O estilo punk pode ser reconhecido pela combinação de alguns elementos considerados típicos (alfinetes, patches, lenços à mostra no bolso traseiro da calça, calças jeans rasgadas, calças pretas justas, jaquetas de couro com rebites e mensagens inscritas nas costas, coturnos, brincos, tênis converse, correntes, corte de cabelo moicano,(colorido ou espetado, etc) ou espetado por inteiro (dos lados, atrás e em cima) e em alguns casos lapis ou sombra no olho, sendo esta combinação aleatória ou de acordo com combinações comuns à certos sub-gêneros punk, ou ainda o reconhecimento pode ser pelo uso de uma aparência que seja desleixada, "artesanalmente" adaptada e que carregue alguma sugestão ou similaridade com o punk sem necessariamente utilizar os itens tradicionais do estilo.



A moda punk, em sua maioria, é deliberadamente contrastante com a moda vigente e por vezes apresenta elementos contestadores ou ofensivos aos valores aceitos socialmente —no entanto um número considerável de punks e alguns sub-gêneros apresentam uma aparência menos chamativa (por exemplo, o estilo tradicional hardcore). Há também indivíduos intimamente ligados a esta cultura que não têm nenhum interesse ou deliberadamente se recusam a desenvolver uma aparência punk, em geral motivados pelas diversas críticas que a moda punk recebeu durante sua história



Em diversos países, incluindo o Brasil, a roupa é na maioria das vezes o elemento que desencadeia as brigas de rua entre gangues, membros de grupos divergentes do movimento punk e outros movimentos que repudiam o punk.

O punk na moda é um mero recurso pra ressuscitar uma juventude que já morreu, que indica subjetivamente, uma precariedade da formação de identidade da juventude atual, que lida com questões muito diferentes do contexto em que o punk nasceu, e claro, é também uma forma de vender

Ícone na moda:

Vivienne Westwood - Ela é excêntrica, provocadora e irreverente. Cria roupas com motivos políticos, críticas sociais, temas eróticos, com muito preto, vermelho, cores fortes, couro, correntes e rasgos. Mescla a cultura jovem com o tradicionalismo, tudo sempre inusitado. Seus ícones são espartilhos, saltos plataformas, tecidos originalmente britânicos, exageros no corte e na forma, saias com movimento e terninhos. Alem disso foi uma grande influencia no cenário punk – por conta da banda Sex Pistols.



O Sex Pistols surgiu numa conjuntura favorável ao nascimento da cultura punk. Malcom McLaren foi um dos maiores responsáveis pela propagação do punk-rock no Reino Unido. A história de McLaren começa a ficar interessante em 71, quando foi inaugurada a Let It Rock, uma loja de roupas para a nova geração de teddy boys - filhotes das gangues originais, surgidas nos idos de 53. Desde então, McLaren tornou-se uma celebridade entre músicos e modernos londrinos.
Em 73, os integrantes da banda protopunk New York Dolls entram na Let It Rock. O visual da banda conquista McLaren e ele vira seu empresário. Em Nova Iorque, percebe o quanto os New York Dolls estavam ultrapassados e salta borda fora. Apesar de renegar os Dolls, o empresário trouxe uma ideia brilhante dos Estados Unidos. Depois de perceber que o que valia no mundo do rock, em 75, era muito mais a atitude do que o som, McLaren decidiu construir uma banda segundo seus novos padrões.
Mais uma vez em Londres, reassume sua a sua loja - agora chamada SEX - e transforma-a no epicentro do terremoto que sacudiria o mundo pop, ajudado por Vivienne Westwood. Segundo o próprio McLaren, criou os Sex Pistols.
Reunir os quatro Pistols foi fácil: Steve Jones e Paul Cook (respectivamente guitarrista e baterista) viviam na SEX. Glen Matlock, baixista e empregado da loja aos sábados, foi convocado imediatamente. Faltava escolher um vocalista.
Depois de descartar o crítico Nick Kent e o cantor Richard Hell para a vaga, a banda experimenta um velho freqüentador do sítio, um adolescente de dentes podres chamado John Lydon. O teste é feito na loja, com o vocalista a cantar numa jukebox. Johnny, que nunca tinha cantado na vida antes, foi aprovado pela sua postura e comportamento anti-social. Em resumo, era perfeito para a vaga. Os ensaios começam. Agora a banda chama-se Sex Pistols e John Lydon vira Johnny Rotten (literalmente, Joãozinho Podre).

Tropicalismo

O movimento surgiu da união de uma série de artistas baianos, no contexto do Festival de Música Popular Brasileira promovidos pela Rede Record, em São Paulo e Globo, no Rio de Janeiro.
Um momento crucial para a definição do Tropicalismo foi o Festival de Música Popular Brasileira, no qual Caetano Veloso interpretou "Alegria, Alegria" e Gilberto Gil, ao lado dos Mutantes, "Domingo no Parque". No ano seguinte, o festival foi integralmente considerado tropicalista (Tom Zé aí apresentou a canção "São Paulo"). No mesmo ano foi lançado o disco Tropicália ou Panis et circensis, considerado quase como um manifesto do grupo.



O movimento surgiu sob a influência das correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira (como o pop-rock e o concretismo); mesclou manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais. Tinha também objetivos sociais e políticos, mas principalmente comportamentais, que encontraram eco em boa parte da sociedade, sob o regime militar, no final da década de 60. O movimento manifestou-se principalmente na música (com Caetano Veloso, Torquato Neto, Gilberto Gil, Os Mutantes e Tom Zé); manifestações artísticas diversas, como as artes plásticas (destaque para Hélio Oiticica), o cinema (que sofreu influências e influenciou o Cinema novo de Gláuber Rocha) e o teatro brasileiro (sobretudo nas peças anárquicas de José Celso Martinez Corrêa). Um dos maiores exemplos do movimento tropicalista foi uma das canções de Caetano Veloso, denominada "Tropicália".



Influencias:

Antropofagia
Grande parte do ideário do movimento possui algum tipo de relação com as propostas que, durante as décadas de 1920 e 30, os artistas ligados ao Movimento antropofágico promoviam (Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Menotti del Pichia, Pagu entre outros): são especialmente coincidentes as propostas de digerir a cultura exportada pelas potências culturais (como a Europa e os EUA) e regurgitá-la após a mesma ser mesclada com a cultura popular e a identidade nacionais (que em ambos os momentos não estava definida, sendo que parte das duas propostas era precisamente definir a cultura nacional como algo heterogêneo e repleto de diversidade, cuja identidade é marcada por uma não identidade mas ainda assim bastante rica).
Pop art
A grande diferença entre as duas propostas (a antropofágica e a tropicalista) é que a primeira estava interessada na digestão da cultura erudita que estava sendo exportada, enquanto os tropicalistas incorporavam todo tipo de referencial estético, seja erudito ou popular. Acrescente-se a isso uma novidade: a incorporção de uma cultura não necessariamente popular, mas pop). O movimento, neste sentido, foi bastante influenciado pela estética da pop art e reflete no Brasil algumas das discussões de artistas pop (como Andy Warhol).
Concretismo
Ainda que tenha sido bastante influenciado por movimentos artísticos que costumam estar associados à idéia de vanguarda negativa, o Tropicalismo também manifestou-se como um desdobramento do Concretismo da década de 1950 (especialmente da Poesia concreta). A preocupação dos tropicalistas em tratar a poesia das canções como elemento plástico, criando jogos lingüísticos e brincadeiras com as palavras é um reflexo do Concretismo.

Tropicalismo na Moda

Para os exemplares do sexo masculino o vestuário se resumia ao conjuntinho calça, camisa ou terno. Sempre em cores completamente neutras prevalecendo o preto; os mais ousados pensavam no cinza. Todos se inspiravam em ícones onde a sobriedade era o principal sintagma como é o caso de Jackie Kennedy.
O movimento tropicalista trouxe uma série de elementos à um vestuário sisudo demais. Calças mais folgadas, cores mais berrantes. Tudo calcado em uma hiponguice ousada e elegante com flores grandes, cores fortes. Isso pode ser visto com mais contundência em croquis de Helio Eichbauer, todos deslumbrantes, para a histórica montagem do “Rei da Vela”, do teatro oficina e também nos vestidos feitos por Lina Bo Bardi – espécie de parente espiritual de Hélio Oiticica, artista que muitos dos tropicalistas se inspiraram para fazer músicas, escrever poemas e se expressar.
Aqui e ali é fácil achar elementos e resquícios desse modismo. Um exemplo forte é a Melissa Severine, inspirada na doçura e na forma delicada do morango, criada, ano passado, pela estilista da marca Thais Losso. Ou mesmo nas inserções da Neon, das jovens Adriana Barra, Cris Barros, Carol Martins e Helô Rocha. Todas bebem, e muito, nesse modismo da fauna, flora, favelas, escolas de samba, moleques e marginais para compor estampas e mesmo o corte de algumas peças. Hoje é fácil achar batas enormes, blusões femininos mais retos em tecidos leves, ou monocromismos furtivos – todos são crias, diretas dessa década.



Como se vê, tropicalismo é hoje um guarda-chuva enorme e generoso, fonte legítima de inspiração e, também, álibi condescendente para qualquer “mistura” de níveis de cultura, referências pop e eruditas, tradição e, vá lá, transgressão.

Neoconcretismo

O Neoconcretismo foi um movimento artístico surgido no Rio de Janeiro em fins da década de 1950 como reação ao concretismo ortodoxo.
Os neoconcretistas procuravam novos caminhos dizendo que a arte não é um mero objeto: tem sensibilidade, expressividade, subjetividade, indo muito além do mero geometrismo puro. Eram contra as atitudes cientificistas e positivistas na arte. A recuperação das possibilidades criadoras do artista (não mais considerado um inventor de protótipos industriais) e a incorporação efetiva do observador (que ao tocar e manipular as obras torna-se parte delas) apresentam-se como tentativas de eliminar a tendência técnico-científica presente no concretismo.
O movimento neoconcreto nunca conseguiu impor-se totalmente fora do Rio de Janeiro, sendo largamente criticado pelos concretistas ortodoxos paulistas, partidários da autonomia da forma em detrimento da expressão e implicações simbólicas ou sentimentais.
No dia 23 de março de 1959, o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil (dirigido por Reinaldo Jardim, participante do movimento) publicou o Manifesto Neoconcreto, assinado por Ferreira Gullar, Reinaldo Jardim, Theon Spanudis, Amílcar de Castro, Franz Weismann, Lígia Clark e Lígia Pape. Media
No mesmo dia da publicação do Manifesto, ocorreu a 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com a presença dos sete artistas assinantes do Manifesto. Duas outras exposições nacionais de arte neoconcreta ocorreram nos anos seguintes: uma em 1960, no Ministério da Educação do Rio de Janeiro, e outra em 1961, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.



Ainda há referências geométricas no movimento, mas aliadas à tecnologia e à ciência, acabam por gerar novas linguagens. Amilcar de Castro trabalha em suas esculturas cortes e dobras em materiais rígidos, como o ferro. As formas geradas levam o espectador a experimentar novos enquadramentos e recortes do ambiente que a obra está inserida.



Helio Oiticica também trabalha com geométricos em Relevo Espacial, onde as formas conquistam o espaço, quebrando a distância entre obra e observador.
A cor vibrante, antes recusada pelo concreto, agora faz parte das pesquisas neoconcretas.
Alguns Artistas:
Amilcar de Castro
Ferreira Gullar
Lygia Clark
Lygia Pape
Aluísio Carvão
Hélio Oiticica
Alfredo Volpi
A Maria Bonita em seu desfile de Verão 2008, trabalhou os recortes, formas, cores e estampas com referências no neoconcreto.